domingo, 31 de julho de 2011

(v) O Mascarado Polêmico - Kit gay (Parte 1)

(Me) A poesia da vida

O poeta adquiriu um pedaço de terra em plena serra. Um lugar para sonhar, fazer poesia, escrever, inebriar a alma. Não pretendeu mexer em nada. Deus, afinal, fizera tudo tão bonito. O regato de água cristalina descendo do alto da serra, por entre pedras, formando cachoeiras e remansos gelados. Samambaias, avencas, brincos de princesa em profusão. Campos verdes, bordados de flores minúsculas. Também enormes araucárias, com sua casca rugosa, onde crescem bromélias. Um pedaço do céu cheio de beleza e vida. Mas, nesse belo lugar, há um morro de terra ruim. Tão ruim que até o capim protesta e não vinga. O poeta olhou para aquela terra, aparentemente imprestável, e resolveu dar uma mãozinha para a natureza. Pensou que poderia plantar araucárias ali. Uma mata cheia de pinheiros, com suas copas altivas, braços erguidos ao céu, como a pedir bênçãos. Maravilha! Começou a sonhar. Como não entende muito dessas coisas, foi pedir auxílio. Consultou as pessoas do lugar. Ninguém aprovou sua idéia. Imagine! Plantar araucárias. Elas levam muito tempo para crescer. Como o poeta já não é tão jovem, disseram-lhe que, com certeza, ele nem chegaria a ver os pinheiros crescidos. Além do mais, não se pode cortar araucária. Ela é protegida por lei. Cortar uma árvore dessas é crime. E para que plantar árvores se não podem ser cortadas? Afinal, somente cortadas é que elas valem dinheiro, podem ser vendidas. Aconselharam o poeta a plantar eucaliptos. Eles crescem rápido. Dão lucro a partir do terceiro ano. O poeta voltou para sua casa. Ninguém o tinha entendido. Descobriu que ele e os seus vizinhos eram de mundos diferentes. Ele era um ser da floresta, sem pressa, como as sementes colocadas no solo. Os seus vizinhos pensavam em coisas rápidas, em dinheiro no banco, em lucros. Ele desejava desfrutar o espetáculo colorido e perfumado da floresta exuberante. Ver, cheirar. É tudo que queria. Eles só tinham em mente o comércio, os negócios. Por isso um eucalipto que pode ser cortado em três anos é muito mais importante do que uma araucária que não pode ser cortada nem em 50 anos. E o poeta ficou a pensar como é a cabeça dos homens que só pensam no lucro. Perderam o sentido e a beleza da vida. Recordou dos que matam beija-flores e sabiás para os salgar e vender, a fim de serem consumidos como tira-gosto, em meio a risadas e bebidas. São os que olham para os pingüins do ártico e pensam em transformá-los em ração para cachorro. Que olham para uma imensa floresta de sequóias e acham um terrível desperdício aquela propriedade habitada somente por árvores. No seu conceito de lucro, muito melhor seria queimar a floresta toda e transformá-la em condomínio luxuoso. Por tudo isso, o poeta resolveu mesmo plantar araucárias. Se ele chegará a vê-las crescidas ou não, não importa. Importa que ele semeou esperança e vida que poderão alegrar outros olhos e corações, no futuro. ***

Onde estiver o seu tesouro, ensinou Jesus, aí estará seu coração. Seu coração está na vida, na beleza ou no lucro? Você deseja uma terra pródiga de belezas onde seus filhos possam viver? Ou simplesmente um lugar para usufruir todo o possível, rápida e velozmente? Você decide se plantará araucárias ou eucaliptos na terra do seu coração...

"A vontade de Deus nunca irá levá-lo aonde a Graça de Deus não irá protegê-lo."

"A vontade de Deus nunca irá levá-lo aonde a Graça de Deus não irá protegê-lo."

domingo, 3 de julho de 2011

(Me) Educar para salvar

Diante dos dias conturbados por que passa a sociedade atual, só existe uma maneira eficiente de fazer com que desponte uma aurora límpida e bela, neste limiar do terceiro milênio: a educação.

Somente através da educação bem sedimentada poderá surgir o homem renovado do século XXI.

Mas, educar não significa apenas transmitir padrões sócio-culturais, nem acompanhar o desenvolvimento físico-intelectual da criança ou passar uma série de informações pela instrução formal.

A educação, bem entendida, consiste em formar o homem de bem, contemplando seu duplo aspecto: espiritual e físico.

A violência grassa e desgraça, num mundo onde o ser humano vem perdendo o senso de fraternidade, de solidariedade, face aos conflitos de opiniões, às imposições do intelecto sobre o sentimento, à robotização que transforma o ser humano em máquina, a repetir atividades que lhe destroem a capacidade de criar, de enriquecer-se de novos valores espirituais.

Educar, no sentido que o termo exige, é desenvolver, cultivar, fazer brotar, elevar, fazer crescer, não de maneira unilateral, mas de forma integral, para que o educando possa ser o cidadão honrado que todos desejamos encontrar na sociedade da qual fazemos parte.

E para que se atinja esse grandioso objetivo será preciso, antes de tudo, duas premissas básicas: amor e auto-educação.

Amar para educar e auto-educar-se para amar. Esse binômio: amor e auto-educação deverá ser o denominador comum para pais e mestres.

Aos pais não basta amar, é preciso que seu amor seja firme, sem tirania, e terno, sem pieguice.

Aos mestres não basta instruir, transmitir informações áridas, sem o real enriquecimento do conteúdo com o tempero do afeto.

É preciso que haja uma conjugação de forças entre pais e mestres para que se logre êxito na reforma moral da humanidade.... Para que se possa ver o despontar da verdadeira aurora do terceiro milênio...

É preciso que o ser humano passe a ser o tesouro mais valioso do planeta, para que entenda o papel que lhe cabe na obra do Criador.

É preciso que não se tente resumir o ser humano a uma simples máquina de fazer sexo, fabricar dinheiro, se projetar sob as luzes transitórias dos holofotes da fama.

É preciso que se compreenda a realidade imortal do homem.

É preciso que se entenda, de vez por todas, que o ser humano não é um amontoado de ossos e músculos, numa breve experiência espiritual.

O homem é um ser espiritual, imortal, vivendo uma breve experiência num corpo carnal, frágil e perecível, que caminha na direção do túmulo.

E, por fim, é preciso que se viva como ser imortal, que terá que prestar contas dos seus atos à consciência cósmica e à própria consciência, assim que se desembaraçar da carne.

Se pais e mestres, que geralmente também são pais, amassem para bem educar e se auto-educassem para amar, o panorama do mundo se transformaria em pouco tempo, para melhor.

Veríamos no lar, que é a primeira escola, as crianças aprendendo o respeito ao semelhante, a dignidade, a honradez, a liberdade intelectual, o respeito a si mesma e ao próximo.

E, na escola, com mestres conscientes do seu nobre dever, aprenderiam as lições para iluminar o intelecto, mas sempre acompanhadas com os componentes do amor e da ternura.

Eis uma receita infalível...

Eis a solução para banir, definitivamente, a violência da face da Terra.

***

A educação sem um propósito de transcendência é uma idéia vazia e estreita e pode sempre se tornar instrumento de manipulação dos poderes sociais.

Pense nisso!