quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Gangnam Style - VU PRA CAMETÁ PARANOIA - Belém Pará
VALE A PENA ASSISTIR! É PRA ROLAR DE RIR......
!
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Recado a um jovem
No dia em que eu, já velha, não for mais a mesma, tenha paciência e me compreenda...
Quando
eu derramar comida em minha roupa ou esquecer de amarrar
meus sapatos, lembre-se das horas que passei ensinando-lhe a
fazer as mesmas coisas.
Se
ao conversar comigo, eu repetir a mesma história, que você
já sabe de cor como termina, não me interrompa e me escute...
Quando você era pequeno, para que dormisse, tive que contar
milhares de vezes as mesmas histórias, até que fechasse seus
olhinhos.
Quando
estivermos juntos, se por ventura eu, sem querer, vier a
fazer minhas necessidades, não sinta piedade de mim,
compreenda que não tenho culpa por isso, pois já não posso
mais controlá-las. Pense em quantas vezes, quando você era
pequenino, eu não o julguei e fiquei pacientemente ao seu
lado esperando que você terminasse o que estava fazendo.
Não
me recrimines por não querer tomar banho, nem me repreenda
por isso. Lembre-se dos momentos em que tive que persegui-lo,
e nos mil pretextos que tive que inventar para fazer mais
agradável seu banho. Aceita-me e me perdoa, agora a criança sou eu.
Quando
me vir atônita e desamparada em frente a todas as
parafernálias tecnológicas, que não consigo entender, suplico
que me dê todo o tempo que me seja necessário, sem me
menosprezar. Lembre-se que fui eu quem lhe ensinou tantas
coisas: comer, vestir-se, e sua educação para enfrentar a
vida tão bem como você faz, são produtos de meu esforço e
perseverança. Por meu amor a você.
Quando
algumas vezes, ao conversarmos, eu vier a esquecer sobre o
que estávamos falando, me dê o tempo necessário para que eu
me lembre e, se eu não conseguir fazê-lo, não zombe de mim,
talvez não fosse muito importante o que falávamos.
Quando
minhas pernas falharem por eu estar cansada para andar,
dê-me sua mão terna para que eu me apóie, como fiz quando
você começou a caminhar com suas pernas gordinhas e frágeis.
Finalmente,
quando algum dia me ouvir dizer que já não quero mais
viver e só quero morrer, não se aborreça... Algum dia
irá entender que isso não tem nada a ver com seu carinho ou
com quanto eu o ame... Tente compreender que já não vivo,
senão sobrevivo, e isso não é viver. Sempre quis o melhor
para você e preparei os caminhos que você deveria percorrer,
pensa então que com esse passo que adio em dar, estarei
construindo para você uma outra rota, em um outro tempo, mas
sempre com você.
Não se sinta triste ou impotente por me ver como me vê, me dê seu coração. Compreenda-me
e faça como fiz quando você começou a viver, da mesma
maneira como acompanhei em seu caminho, rogo-lhe que me
acompanhe até terminar o meu, dando-me amor e paciência, que eu lhe devolverei com gratidão e sorrisos, o imenso amor que tenho por você.
O Empurrão
A águia empurrou gentilmente os filhotes para a beira do ninho.
Seu coração trepidava com emoções conflitantes enquanto sentia a resistência deles.
Por que será que a emoção de voar precisa começar com o medo de cair? - pensou.
Esta pergunta eterna estava sem resposta para ela.
Como
na tradição da espécie, seu ninho localizava-se no alto de uma
saliência, num rochedo escarpado. Abaixo, havia somente o ar para
suportar as asas de cada um de seus filhotes.
A despeito de seus medos, a águia sabia que era tempo.
Sua missão materna estava praticamente terminada.
Restava uma última tarefa: o empurrão.
A águia reuniu coragem através de uma sabedoria inata.
Enquanto os filhotes não descobrissem suas asas, não haveria objetivo em suas vidas.
Enquanto não aprendessem a voar, não compreenderiam o privilégio de terem nascido águias.
O empurrão era o maior presente que a águia-mãe tinha para dar-lhes, era seu supremo ato de amor.
E por isso, um a um, ela empurrou, e todos voaram!
Todos nós somos seres dotados de capacidades potenciais que podem ser desenvolvidas e aprimoradas.
Muitas
vezes, esse potencial só é desenvolvido quando nos deparamos com uma
situação difícil que nos impõe uma postura mais arrojada.
Por isso, mesmo que você se depare com dificuldades ao longo da vida, persista em seus objetivos.
Assim como os filhotes da águia, é preciso vencer as dificuldades e os medos para depois voar.
A Hora de Ser Feliz
Existe somente uma idade para a gente ser feliz.
Somente uma época da vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos.
Época em que se tem energia bastante para realizá-los, a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.
Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente.
Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente.
Desfrutar tudo com intensidade, sem medo nem culpa de sentir prazer.
Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança.
Vestir-se
com todas as cores, experimentar todos os sabores,
entregar-se a todos os amores sem preconceitos nem pudor.
Tempo de entusiasmo e de coragem em que todo desafio é mais um convite à luta.
Luta
que a gente enfrenta com toda disposição para tentar algo
novo, de novo, e de novo, e quantas vezes for preciso.
Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE.
O presente tem apenas a duração do instante que passa...
Doce pássaro do aqui e agora que, quando a gente se dá por ele, já partiu, para nunca mais voltar.
As Três Velhas
Uma viúva tinha uma filha bonita e religiosa.
Queria casá-la com homem bom e bem de vida.
Perto, havia um comércio. O dono, solteiro.
A mãe estudava como fazê-lo conhecer a filha.
A moça ia todos os dias à Missa das Almas, onde encontrava e conversava com três velhas devotas.
Um dia, a viúva ouve o comerciante dizer que só casaria com moça trabalhadeira. Devia fiar mais que qualquer uma.
A mãe comprou linho e entregou à filha, que devia fiar até a manhã seguinte.
A moça sentou no batente da cozinha e chorou. Não sabia fiar. Ouviu uma voz. Era uma das três velhas, que prometeu ajudá-la.
Com uma condição: convidá-la para o casamento e chamá-la de tia.
De manhã, a mãe encontrou a tarefa pronta. Foi até o comerciante.
O
homem ficou espantado com tamanha rapidez. A mãe deu novo
linho à filha. Que ficou agoniada. A segunda velha apareceu.
Ajudou-a sob a mesma condição.
E assim foi pela terceira vez.
O homem quis conhecer a moça. Marcaram casamento.
No jantar, as três velhas compareceram.
A noiva cumpriu o trato, chamado-as de tias.
O marido não tirava o olho das velhas, feias como o "pecado mortal". Perguntou por que a primeira era corcunda; a segunda, boca-torta; e a terceira tinha dedos finos e compridos.
A três responderam:
- De tanto fiar.
O marido pegou fusos, rocas, queimou tudo. Deus jamais permitisse que sua mulher ficasse feia de tanto fiar.
O casal viveu feliz.
Sempre existe uma saída.
Basta procurar!
Ante as decepções
Não somos poucos os que
nos tornamos pessoas amargas, indiferentes ou frias, por causa de
decepções que afirmamos ter sofrido aqui ou ali, envolvendo outras
pessoas.
A decepção foi com o amigo
a quem recorremos num momento de necessidade e não encontramos o apoio
esperado. Foi com o companheiro de trabalho que nos constituía modelo,
parecia perfeito e o surpreendemos em um deslize.
Tais decepções devem nos remeter a exames melhores das situações.
Decepcionarmo-nos com pessoas que estão no Mundo, sofrendo as nossas mesmas carências e tormentos não é muito real.
Primeiro, porque elas não nos pediram para assinar contrato ou compromissos de infalibilidade para conosco.
Segundo, porque o simples
fato de elas transitarem na Terra, ao nosso lado, é o suficiente para
que não as coloquemos em lugares de especial destaque, pois todas têm
seu ponto frágil e até mesmo seus pontos sombrios.
A nossa decepção, em
realidade, é conosco mesmo, pois que nos equivocamos em nossa avaliação,
por precipitação ou por análise superficial.
Não menos errada a
decepção que afirmamos ter com a própria religião, com a doutrina de fé
cristã que está a espalhar, em toda parte, os ensinamentos deixados por
Jesus Cristo para os seres de boa vontade.
O que acontece é que
costumamos confundir as doutrinas que ensinam o bem, o nobre, o bom com
os doutrinadores que, embora falem das virtudes que devemos perseguir,
conduzem as próprias existências em oposição ao que pregam.
Como vemos, a decepção não
é com as mensagens da Boa Nova, mas exatamente com os que conduzem a
mensagem. Nesse ponto não nos esqueçamos de fazer o que ensinou Jesus:
comparar os frutos com as qualidades das árvores donde eles procedem, de
modo a não nos deixarmos iludir.
Avaliemos, desta forma, as
nossas queixas contra pessoas e situações e veremos que temos sido os
grandes responsáveis pelas desilusões do caminho.
Nós mesmos é que criamos as ondas que nos decepcionam e magoam.
Cabe-nos amadurecer
gradualmente nos estudos e na prática do bem, aprendendo a examinar cada
coisa, cada situação, analisar a nós mesmos com atenção, a fim de
crescermos para a grande luz, sem nos decepcionarmos com nada ou com
ninguém.
Precisamos aprender a
compreender cada indivíduo no nível em que se situa, não exigindo dele
mais do que possa dar e apresentar, exatamente como não podemos pedir à
roseira que produza violetas, que não tenha espinhos e que não despetale
suas flores na violência dos ventos.
* * *
Para que avancemos em
nossa caminhada evolutiva, imponhamo-nos uma conduta de maturidade, de
indulgência e de benevolência para com os demais.
Disponhamo-nos a brilhar,
sob a proteção de Deus, avançando sempre, não nos detendo na retaguarda a
examinar mágoas e depressões, que se apresentam na estrada como pedras e
obstáculos, calhaus e detritos.
O maior desafio
Cada um de nós tem desafios diferentes. A vida é feita de desafios diários.
Para quem não dispõe de movimentos nas pernas, transportar-se da cama para a cadeira de rodas, a cada manhã, é um desafio.
Para quem sofreu um
acidente e está reaprendendo a andar, o desafio está em apoiar-se nas
barras, na sala de reabilitação, e tentar mover um pé, depois o outro.
Para quem perdeu a visão, o
grande desafio é adaptar-se à nova realidade, aprendendo a ouvir, a
tatear, a movimentar-se entre os obstáculos sem esbarrar. É aprender um
novo alfabeto, é ler com os dedos, é adquirir nova independência de
movimentos e ação.
Para o analfabeto adulto, o
maior desafio é dominar aqueles sinais que significam letras, que
colocados uns ao lado dos outros formam palavras, que formam frases.
É conseguir tomar o lápis e
escrever o próprio nome, em letras de forma. É conseguir ler o letreiro
do ônibus, identificando aquele que deverá utilizar para chegar ao seu
lar.
Cada qual, dentro de sua
realidade, de sua vivência, apontará o que lhe constitui o maior
desafio: dominar a técnica da pintura, da escultura, da música, da
dança.
Ser um ás no esporte. Ser o
primeiro da classe. Passar no vestibular. Ser aprovado no concurso que
lhe garantirá um emprego. Ser aceito pela sociedade. Ser amado.
Para vencer um desafio é preciso ter disciplina, ser persistente, ser diplomático, saber perdoar-se e perdoar aos outros.
É ser otimista quando os
demais estão pessimistas. Ser realista quando os demais estão com os
pensamentos na lua. É saber sonhar e ir em frente.
É persistir, mesmo quando
ninguém consiga nos imaginar como um prêmio Nobel de Química, um pai de
família, um professor, prefeito ou programador.
Acima de tudo, o maior
desafio para deficientes, negros e brancos, japoneses e americanos,
brasileiros e argentinos, para todo ser humano, é fazer.
Fazer o que promete. Dar o primeiro passo, o segundo e o terceiro. Ir em frente.
Com que frequência se
escutam pessoas dizendo que vão fazer regime, que vão estudar mais, que
vão fazer exercício todo dia, que vão ler mais, que vão assistir menos
televisão, que vão...
Falar, reclamar ou
criticar são os passatempos mais populares do mundo, perdendo só,
talvez, para o passatempo de culpar os outros pelo que lhe acontece.
Então, o maior desafio é
fazer. E não adianta você dizer que não deu certo o que pretendia porque
é cego, ou porque é negro, ou porque é amarelo, ou porque você é
brasileiro. Ou porque mora numa casa amarela. Ou porque não teve tempo.
Aprenda com seus erros.
Quando algo não der certo, você pode tentar de maneira diferente. Agora
você já sabe que daquele jeito não dá.
Você pode treinar mais.
Você pode conseguir ajuda, pode estudar mais, pode se inspirar com
sábios amigos. Ou com amigos dos seus amigos.
Pode tentar novas idéias.
Pode dividir seu objetivo em várias etapas e tentar uma de cada vez, em
vez de tentar tudo de uma vez só.
Você pode fazer o que quiser. Só não pode é sentir pena de si mesmo. Você não pode desistir de seus sonhos.
* * *
Problemas são desafios. Dificuldades são testes de promoção espiritual.
Insucesso é ocorrência perfeitamente natural, que acontece a toda e qualquer criatura.
Indispensável manter o bom ânimo em qualquer lugar e posição.
O pior que pode acontecer a alguém é se entregar ao desânimo, apagando a chama íntima da fé e caminhar em plena escuridão.
Assim, confia em Deus, e, com coragem, prossegue de espírito tranquilo.
Apenas o bom senso
Observava a maneira
maternal com a qual dona Marta aconselhava um jovem rapaz, que
aparentando seus trinta e cinco anos, trazia uma fisionomia triste e
apagada.
Embora trabalhasse em um
salão de beleza dos mais finos da capital paranaense e tivesse uma
clientela das mais selecionadas, faltava brilho em sua vida.
Trabalhando mais ou menos
doze horas por dia em contato com as mais variadas personalidades, umas
serenas e tantas outras desequilibradas, a rotina estava fazendo com que
ele se desanimasse cada vez mais.
Onde o sossego e a
tranqüilidade se ao retornar para casa só enfrentava problemas tanto com
os filhos quanto com a ex-mulher que quase o enlouqueciam?
Como poder ter um descanso agradável se os familiares conseguiam lhe transtornar por completo?
O tempo passava rapidamente, e percebia-se o total descaso para com tudo que o rodeava, inclusive as pessoas que o amavam.
A autodestruição era
evidente e mais forte a cada dia que passava. E não havia a menor chance
de aproximação reparadora pois ele mantinha a guarda fechada, não
permitindo intromissões nem conselhos.
Mas dona Marta, senhora
escolada em muitos anos de trabalho no auxílio fraterno, como quem nada
sabia, mas com muita sabedoria comentou com ele algo mais ou menos
assim:
Meu filho, como foi que você acordou hoje? O que você sentiu?
Normalmente, como sempre,
respondeu amargo. Nada demais que pudesse notar de extraordinário! O
mesmo tempo, as mesmas ações, o mesmo comportamento, ou seja, igual a
todos ou outros dias de todas as outras semanas dos últimos meses,
retrucou com ironia.
E ela, muito sábia, continuou:
Mas, ao acordar, você abriu os olhos e pode contemplar tudo a sua volta, não foi?
Sim. Respondeu secamente.
Depois, fez sua higiene
sem auxílio de ninguém e tomou sua bela refeição matinal, desfrutando do
bom e do melhor em termos de alimentação não é mesmo?
Claro, este é um item obrigatório, em meu dia de trabalho, senhora.
Mas depois disto, com toda
disposição, encaminhou-se para cá, em seu carro, dirigindo, vendo a
paisagem da cidade que lhe acolhe e, ao chegar aqui, ouviu e respondeu à
várias saudações carinhosas de bom dia dos companheiros de trabalho e
clientes, não foi?
Com certeza, e também dei carona a um conhecido que se machucou no futebol e estava temporariamente proibido de dirigir!
Então meu amigo, você não
pode dizer que não houve nada que não lhe impressionasse a rotina. Se
você pode ver, ouvir, sentir, andar, falar, você já tem, além do que a
normalidade, pois tem emprego para onde ir, amigos que lhe acolhem,
saúde que sobra e percepções fantásticas do mundo, que nem todos
possuem.
Repense seu dia-a-dia e
seja, de hoje em diante, um ser radiante, inteiro, porque viver só pela
metade é uma perda de oportunidade de ser feliz.
Pense nisso!
Se você também acha que
sua vida se transformou em triste rotina, mesclada de aborrecimentos
constantes e que nada mais tem graça, pode ser que esteja percebendo o
mundo pela metade.
Nesse caso, quebre a monotonia, faça uma visita a um orfanato, a um hospital infantil, a uma casa de repouso para idosos.
Entre em contato com essas pessoas solitárias e dependentes e dedique um pouco do seu tempo.
Se as suas horas perderam a graça, ofereça-as a quem de fato dará a elas muita importância.
Seja voluntário em alguma
obra assistencial e verá que tudo a sua volta terá um colorido
diferente, devolvendo a você o bom ânimo e a alegria de viver, trabalhar
e ser útil.
Pense nisso!
A Águia e o Pardal
O
sol anunciava o final de mais um dia e lá, entre as árvores
estava Andala, um pardal que não se cansava de observar Yan,
a grande águia. Seu vôo preciso, perfeito, enchia seus
olhos de admiração. Sentia vontade em voar como a águia,
mas não sabia como fazer. Sentia vontade em ser forte como a
águia, mas não conseguia ser. Todavia, não cansava de
segui-la por entre as árvores só para vislumbrar tamanha
beleza.
Um
dia estava voando por entre a mata e observando o vôo de
Yan, quando, de repente, a águia sumiu de sua visão. Voou
mais rápido para reencontrá-la, mas a águia havia
desaparecido. Foi quando levou um enorme susto:
Deparou de repente com a grande águia bem à sua frente.
Tentou
conter seu vôo, mas foi impossível, acabou batendo de frente
com o belo pássaro. Caiu desnorteado no chão e quando
voltou a si, pode ver aquele pássaro imenso bem ao seu lado
observando-o, sentiu um calafrio no peito, suas asas ficaram
arrepiadas e pôs-se em posição de luta. A águia em sua
quietude apenas olhava-o calma e mansamente. Com uma
expressão séria, perguntou-lhe:
- Por que está me vigiando, Andala?
-
Quero ser uma águia como você, Yan. Mas meu vôo é
baixo, pois minhas asas são curtas e vislumbro pouco por não
conseguir ultrapassar meus limites.
-
E como se sente amigo sem poder desfrutar e usufruir tudo
aquilo que está além do que pode alcançar com suas pequenas
asas?
- Sinto tristeza. Uma profunda tristeza. A vontade é muito grande de realizar este sonho.
O pardal suspirou olhando para o chão e disse:
-
Todos os dias acordo muito cedo para ver você voar e caçar.
Você é tão única e tão bela. Passo o dia
observando.
- E não voa? Fica o tempo inteiro a observar-me?
-
Sim. A grande verdade é que gostaria de voar como você,
mas as suas alturas são demasiadas para mim e creio não
ter forças para suportar os mesmos ventos que, com graça e
experiência, você corta harmoniosamente.
- Andala, você sabe que a natureza de cada um de nós é diferente,
e isto não quer dizer que nunca poderá voar como uma águia.
Seja firme em seu propósito e deixe que a águia que vive em
você possa dar rumos diferentes aos seus instintos. Se abrir
apenas uma fresta para que essa águia que está em você possa
guiá-lo, ela lhe dará a possibilidade de vir a voar tão alto
como eu. Acredite!
E
assim a águia preparou-se para levantar vôo, mas voltou-se
novamente ao pequeno pássaro que a ouvia atentamente e
completou:
- Andala, apenas mais uma coisa: Você não poderá voar como uma águia, se não treinar incansavelmente todos os dias. O treino
é o que dá conhecimento, fortalecimento e compreensão a
você, possibilitando assim a realização de seus sonhos.
- Se não puser em prática a sua vontade, seu sonho sempre será um sonho.
Esta realidade é apenas para aqueles que não temem quebrar
limites ou crenças e vão atrás de conhecer o que realmente
deve ser conhecido. É para aqueles que acreditam serem
livres. Quando você traz a liberdade em seu coração poderá
adquirir a forma que desejar, pois já não estará apegado a
nenhuma delas, será livre! Um pardal poderá, sempre, transformar-se numa águia, se essa for sua vontade.
- Confie em si mesmo e voe!
Entregue suas asas aos ventos e aprenda o equilíbrio com
eles. Tudo é possível àqueles que compreendem que são seres
livres, basta apenas acreditar, basta apenas confiar na sua
capacidade em aprender e ser feliz com sua escolha!
Somos aquilo
que acreditamos ser!
Acredite e treine!
Biscoitos
Certo
dia uma moça estava à espera de seu vôo, na sala de embarque de um
Aeroporto. Como ela deveria esperar por muitas horas resolveu comprar um
livro para matar o tempo.Também comprou um pacote de biscoitos.
Sentou-se numa poltrona na sala vip do aeroporto, para que pudesse
descansar e ler em paz.
Ao seu lado sentou-se um homem.
Quando
ela pegou o primeiro biscoito, o homem também pegou um. Ela se sentiu
indignada, mas não disse nada. Ela pensou: Mas que "cara de pau". Se eu
estivesse mais disposta, lhe daria um soco no olho para que ele nunca
mais esquecesse.
A cada biscoito que ela pegava, o homem também pegava um. Aquilo a deixava tão indignada que não conseguia reagir.
Restava apenas um biscoito e ela pensou: O que será que o "abusado" vai fazer agora?
Então
o homem dividiu o biscoito ao meio, deixando a outra metade para ela.
Aquilo a deixou bufando de raiva. Ela pegou o seu livro e as suas coisas
e se dirigiu ao embarque.
Quando sentou, confortavelmente, numa poltrona, no interior do avião, olhou dentro da bolsa, e para sua surpresa, o pacote de biscoito estava ainda intacto. Ela sentiu muita vergonha, pois quem estava errada era ela, e já não havia mais tempo para pedir desculpas.
O
homem dividiu os seus biscoitos sem se sentir indignado, enquanto que
ela tinha ficado muito transtornada, pensando estar dividindo os dela.
Quantas vezes, em nossa vida, nós é que estamos comendo os biscoitos dos outros, e não temos a consciência disto?
Há
quem proceda de forma muito diferente da que nós gostaríamos. Isso tira
a nossa calma e nos dá a impressão de que ninguém gosta de nós.
Raciocine claramente!
Raciocine claramente!
Pedro
Ele
quase não viu a senhora, com o carro parado no acostamento.
Mas percebeu que ela precisava de ajuda. Parou e aproximou. O
carro dela cheirava a tinta, de tão novo!
Mesmo
com o sorriso que ele estampava na face, ela ficou
preocupada. Ninguém tinha parado para ajudar durante a última
hora. Ele iria aprontar alguma? Parecia pobre e faminto.
Ele percebeu que ela estava com muito medo e disse:
- Eu estou aqui para ajudar, madame. Por que não espera no carro onde está quentinho? A propósito, meu nome é Pedro.
- Eu estou aqui para ajudar, madame. Por que não espera no carro onde está quentinho? A propósito, meu nome é Pedro.
Bem,
tudo que ela tinha era um pneu furado, mas para uma senhora
era muito. Pedro abaixou-se, colocou o macaco e levantou
o carro. Logo já estava trocando o pneu. Ele ficou um tanto sujo
e ainda feriu uma das mãos. Enquanto ele apertava as porcas
da roda ela abriu a janela e começou a conversar com ele.
Contou que era de uma cidade grande e só estava de passagem
por ali e que não sabia como agradecer pela preciosa ajuda.
Pedro sorriu enquanto se levantava.
Ela perguntou quanto devia.
Qualquer quantia teria sido muito pouco para ela, pois já
tinha imaginado todos as terríveis coisas que poderiam ter
acontecido se Pedro não tivesse parado.
Pedro não pensava em dinheiro.
Aquilo não era seu trabalho, mas gostava de ajudar quando
alguém necessitava. Este era seu modo de viver e nunca lhe
ocorreu agir de outra maneira. Ele respondeu:
-
Se realmente quiser me reembolsar, da próxima vez que
encontrar alguém que precise de ajuda, dê para aquela pessoa a
ajuda que ela precisar. E acrescentou: E pense em mim.
Ele
esperou até que ela saísse com o carro e se foi. Tinha
sido um dia frio e triste, mas ele se sentia bem.
Alguns
quilômetros abaixo, a senhora parou num pequeno restaurante.
Ela entrou para comer alguma coisa. Era um restaurante
simples. A garçonete veio até ela e trouxe-lhe uma toalha
limpa para que pudesse esfregar e secar o cabelo molhado de
chuva, e lhe sorriu, um sorriso ameno, apesar do dia
cansativo e da dor que sentia nos pés. A senhora notou que a
garçonete estava em estado avançado de gravidez, e mesmo
assim não demonstrava tensão nem deixou que as dores mudassem
seu comportamento. A senhora ficou curiosa em saber como
alguém que tinha tão pouco, podia tratar tão bem a uma
estranha. E se lembrou de Pedro.
Depois
que terminou a refeição, enquanto a garçonete buscava
troco para a nota de cem, a senhora se retirou. Já tinha partido
quando a garçonete voltou. A garçonete ainda pensava onde
estaria a senhora, quando notou algo escrito no guardanapo, sob o qual tinha mais quatro notas de R$100,00:
"Você
não precisa se preocupar com o troco, nem com o dinheiro que
deixo. Alguém me ajudou uma vez e da mesma forma estou lhe
ajudando. Se você realmente quiser me reembolsar não deixe
este círculo de amor terminar com você". Lágrimas escorreram de seus olhos.
Aquela
noite, quando foi para casa e deitou-se na cama, ficou
pensando no dinheiro e no que a senhora deixou escrito. Como
pôde aquela senhora saber o quanto ela e o marido precisavam
daquele dinheiro? Com o bebê para o próximo mês, como estava difícil! Ela virou-se para o marido, que dormia ao lado, deu-lhe um beijo e sussurrou:
- Tudo ficará bem; eu te amo, Pedro.
As Duas sementes
Duas sementes descansam lado a lado em solo fértil.
A primeira semente disse:
-
Eu quero crescer! Quero enviar minhas raízes às profundezas
do solo e fazer meus brotos rasgarem a superfície da terra. Quero
abrir meus botões como bandeiras anunciando a chegada da
primavera. Quero sentir o calor do sol em meu rosto e a benção
do orvalho da manhã em minhas pétalas!
E assim ela cresceu.
E assim ela cresceu.
A segunda semente disse:
-
Tenho medo. Se eu enviar minhas raízes às profundezas, não
sei o que encontrarei na escuridão. Se rasgar a superfície
dura, posso danificar meus brotos. Se eu deixar que meus botões
se abram e um caracol tentar comê-los? E se abrir minhas flores
e uma criança me arrancar do chão? Não, é muito melhor
esperar até que eu me sinta segura?
E assim ela esperou.
Uma galinha, a procura de comida, encontrou e rapidamente comeu a semente à espera de segurança.
Uma galinha, a procura de comida, encontrou e rapidamente comeu a semente à espera de segurança.
Os que se recusam
a correr riscos e crescer
são engolidos pela vida.
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