quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

(A) A arte de lidar com os erros.

Prof. Chafic Jbeili – www.unicead.com.br

Errando é que se aprende! Não deve ser desejado, mas compreendido como elemento balizador da aprendizagem e, por isso, o erro precisa ser tratado com respeito ao invés de detestado e temido.

A frase carrega o intento de consolo quando algo não dá certo e ao mesmo tempo serve de incentivo para não desistir diante da falha. Aprender com o erro é estratégia indicada por renomados especialistas.

O erro, seja ele qual for, quando mal acolhido em termos de aprendizagem tem a capacidade gerar intenso e profundo pesar nas pessoas. A culpa advinda deste pesar pode aflorar o medo de errar novamente.

Pesar, culpa e medo podem fazer qualquer pessoa perceber-se inadequada e despreparada para qualquer atividade, tornando-as inseguras e fazendo-as recuar em seus projetos e em seus sonhos.

O medo e a culpa, em função de um erro mal aproveitado podem causar erosão nas melhores virtudes, a exemplo da bravura e do entusiasmo, afetando consideravelmente a autoestima e o comportamento voltado para a ação positiva. 

O conteúdo do erro traz em si informações privilegiadíssimas para quem aprende lidar com ele! Como poderia o médico detectar doenças graves nas pessoas e conseguir remediá-las se clinicamente ridicularizasse os dejetos de seus pacientes, ao invés de solicitar exames laboratoriais? Analogamente, o erro deve ser motivo de exames e reflexões para subsidiar as melhores e mais adequadas intervenções.

Com a frase “há uma lógica no erro” Jean Piaget me fez repensar o papel do erro no desenvolvimento psíquico e entendê-lo benéfico na construção de conhecimentos e fixação das experiências. A metodologia de tentativa e erro é extremamente indicada quando o assunto é aquisição de conhecimento.

Está cientificamente comprovado que errar faz bem para a aprendizagem e para o desenvolvimento do conhecimento. Então por que o erro é tão condenado, criticado, temido, abominado e tão evitado a ponto de fazer pessoas desistirem tentar novamente? São várias as explicações. Entre elas a de que cada pessoa tem uma espécie de “medidor” inconsciente para suas características pessoais que considera importante no meio em que vive.

Ninguém quer perder o respeito e a estima das pessoas de seu grupo e é exatamente isso que o erro faz ao longo do tempo.

Nesse sentido, a mínima falha, a gafe, o deslize, a mancada e o famoso mico são parentes leves do erro grave e, por isso, todos considerados perigosos e altamente destrutivos para a imagem idealizada que se tenta construir, sem sequer ter noção de sua verdadeira dimensão. Rir do erro o faz parecer menos grave.

Depois que o estudante formou-se profissional e entrou para o mercado de trabalho, então o erro grave recebe outros nomes, a exemplo de imperícia, imprudência ou negligência. Médicos, pilotos, engenheiros, professores, assim como quaisquer outros profissionais tem menos privilégios de errar do que os aprendizes, obviamente.

O tempo do erro é o tempo da escola, da academia, dos cursos de qualificação, enfim, do ambiente da aprendizagem, independentemente da época ou da idade. Se alguém está na condição de aprendente, então aproveite para viver sem medo de errar. Se eventualmente errar, aprenda com ele!

O erro não deve ser desejado nem praticado propositadamente em nenhuma instância. Contudo, quando ocorrido não pode ser negligenciado, nem ter sua importância ignorada, muito menos ser motivo de chacota, pois a aprendizagem é espólio dos erros refletidos e muito bem elaborados.

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