segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

(M) Buscando os sonhos

"Mergulhadas no ópio da rotina, as pessoas negligenciam seus sonhos e vão perdendo a capacidade de sonhar. Levam suas vidas sem direção, sobrecarregadas e insatisfeitas, escravas de suas construções burocráticas, na fantasia de que um dia tudo mude se ganharem na loteria, se a esposa deixar, se o chefe, se Deus ajudar..." - César Souza

Durante muito tempo busquei compreender a razão pela qual grande parte da humanidade não segue seus sonhos. Eu que sempre fui uma pessoa inconformada, jamais aceitando conseguir menos do que o meu desejo, não conseguia entender porque as pessoas aceitam passivamente o que a vida lhes impõe. Eu me recordo de ainda adolescente pensar: "Por que as pessoas se vendem tão barato? Por que elas não se rebelam contra as coisas das quais não gostam para seguir o coração?" Na época, sem experiência nenhuma ainda com pessoas isso era um enigma pra mim. Eu desejava profundamente descobrir a resposta e poder mostrar ao mundo que as coisas não precisam ser assim, que apesar das dificuldades da vida, nada é impossível.

Meu pai dizia que eu estava "viajando na maionese", e quando eu crescesse eu saberia, ou melhor, sentiria a resposta na minha própria pele. Bom, eu cresci e descobri a resposta... mas ela está muito longe de ser aquela a que meu pai estava se referindo.

Sufocadas pelo peso dos afazeres diários e obnubiladas pelos padrões de normalidade da sociedade e seu "modus operandi" as pessoas se esquecem de que um dia tiveram sonhos. Vivem como se estivessem hipnotizadas por suas próprias rotinas. Então a grande pergunta não é mais por que as pessoas não seguem seus sonhos, mas sim, por que elas NÃO TÊM sonhos.

Quando comecei a trabalhar com coaching, minha idéia era ajudar as pessoas a se organizarem para conquistarem seus sonhos, mas logo eu percebi que boa parte do meu trabalho inicial seria ajudá-las a descobrir quais eram estes sonhos. Boa parte da humanidade vive como barcos à deriva, indo pra lá e pra cá, ou simplesmente parados no meio do oceano, sem dar-se conta de sua situação.

Insatisfeitas com suas vidas, elas não trazem suas angústia a um nível consciente em que elas poderiam se questionar, descobrir quais são seus verdadeiros problemas e construir uma vida feliz e satisfatória.

Não, elas no máximo desejam ter o que chamo de um "bom nível de normalidade", ou seja, não ser considerado um perdedor pelos padrões normais da sociedade.

Ter a casa própria, um carro decente, uma família saudável e um emprego estável está mais do que bom. Escondidas por trás da economia e da situação do país, essas pessoas não se sentem impelidas a progredir pessoalmente, a conquistar algo fora dos padrões. Este texto está sendo apresentado ao público Brasileiro, que tem a "mania" de usar as dificuldades do país para justificar as falhas pessoais, mas deixe-me dizer-lhe uma coisa: eu moro e trabalho nos EUA, as pessoas são iguais em qualquer lugar.

Se a prosperidade econômica fizesse realmente alguma diferença, eu viveria num país de pessoas realizadas e bem sucedidas, o que não é o caso. Sem entrar em detalhes sobre a situação do povo Americano, mas é interessante observar que os que falham na vida, assim como os Brasileiros, culpam a situação do país!

Meu caro leitor, eu desejo que este texto o incentive a refletir sobre seus próprios sonhos - ou a falta deles - e a partir daí possamos começar juntos uma jornada de autoconhecimento que o guiará na construção de seu próprio futuro (aquele que você realmente deseja para si!)

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Este texto foi escrito por Fran Christy, escritora e consultora em
estratégia e desenvolvimento pessoal.
 

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