Se existisse um banco que
nos creditasse em conta 86.400 moedas todas as manhãs mas, que não
transferisse o saldo de um dia para o seguinte, que não nos permitisse
conservar esse capital e, no final do dia, cancelasse a parte dessa
quantia que não tivéssemos usado, o que é que faríamos?
Possivelmente, a nossa
atitude seria de sacar até o último centavo cada dia e aproveitar todo o
dinheiro, adquirindo o que desejamos, investindo em jóias, livros,
imóveis, viagens. Enfim, em tudo aquilo que se constitui os nossos
sonhos.
Pois bem. Tal banco existe e se chama tempo.
Cada dia nos deposita 86.400 segundos e toda noite dá por perdidos todos aqueles que deixamos de aplicar com proveito.
Jamais transfere os saldos, nem permite que se gaste, diariamente, além dos segundos que se dispõe.
Quando não utilizamos o disponível no dia, quem perde somos somente nós mesmos.
Não existe possibilidade
da recuperação dos fundos perdidos e não há condição alguma de se passar
um cheque pré-datado, nem para o dia seguinte.
* * *
A maioria das pessoas não percebemos ainda os valores do tempo.
Existem aqueles de nós
que abusamos desse tesouro, julgando que a riqueza nos é devida por
Deus, esquecendo-nos de bem aproveitá-la.
Oportuna a indagação,
portanto, acerca do que fazemos do nosso tempo. Quantos o aniquilamos de
qualquer forma. A própria sabedoria popular já afirma: matar o tempo.
Muitos de nós o matamos
em futilidades, com fofocas, calúnias e maledicências, semeando
infelicidade nas alheias vidas e para si mesmo.
Alguns de nós que
priorizamos os bens materiais, afervoramo-nos à idéia de que tempo é
dinheiro. Contudo, se nos empenhamos em demasia nas horas do trabalho
que nos concedam maiores lucros, igualmente desprezamos as horas em
conversas que não edificam, programas que nada acrescentam ao sentimento
nobre ou ao intelecto.
Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o abuso da oportunidade dos segundos, complicando os caminhos dos homens.
A Lei Divina estabelece,
em Sua sabedoria, que todo excesso merece escassez e todo abuso exigirá
restrições, porque em questão de tempo também cada um recebe exatamente o
que semeia.
Este o motivo pelo qual
alguns que aprendemos o valor do tempo e desejamos muito realizar, na
atualidade, percebemos que não dispomos de todo o tempo que desejaríamos
para tal, esforçando-nos para agir sem perder a chance dourada dos
minutos que passam com rapidez.
Um dia de doação ao
outro, empenho no bem, cultivo da harmonia e iluminação é muito
importante para os homens, na sagrada execução das Leis Divinas.
* * *
O apóstolo Paulo de
Tarso, em sua Epístola aos Romanos, assinalou a importância do tempo,
afirmando que aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz.
Já reconhecia ele que o
tempo é igualmente talento que o Pai nos concede, e como qualquer
talento, não merece ser enterrado, no solo da inutilidade, mas utilizado
com sabedoria para que suas bênçãos sejam multiplicadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário