domingo, 19 de fevereiro de 2012

Transtornos do Sono - Parte II

APNÉIA DO SONO:
A apnéia do sono é uma condição em que a respiração fica gravemente limitada durante o sono e isso acaba levando à fadiga, que pode reduzir drasticamente a qualidade de vida da pessoa. Vejamos um exemplo: uma determinada pessoa reclama constantemente de estar cansado. Começou a sentir muito cansaço pouco depois dos trinta anos. Até então, era dona de um negócio de sucesso. Contudo, acabou perdendo seu negócio e, hoje, não consegue se manter em um emprego por mais de um mês. Dos numerosos empregos que teve, foi demitida por “preguiça" de quase todos. Os patrões vêem seus mini-cochilos de cinco a dez minutos, todos os dias, como uma prova de que não se importa com seu emprego. O fato de estar acima do peso e ter outros problemas de saúde levou diversos médicos a se enganarem com o diagnóstico de sua sonolência. Após vários anos e incontáveis visitas a vários médicos, que davam diagnósticos diferentes, essa pessoa foi a uma clínica para transtornos do sono, onde sua apnéia do sono foi diagnosticada corretamente. A forma mais comum de apnéia do sono é chamada de apnéia obstrutiva do sono.
Em uma pessoa com apnéia obstrutiva do sono, os músculos da garganta e a língua relaxam durante o sono, então, a língua e a úvula (campainha da garganta) cedem e obstruem as vias aéreas. O excesso de tecido adiposo no pescoço agrava o problema reduzindo a passagem do ar, fazendo com que ela se contraia ou feche. Como resultado, a respiração pára ou diminui significativamente por pelo menos alguns segundos e, em alguns casos, até por alguns minutos de uma vez. Quando a respiração pára ou se torna insuficiente, ela manda um sinal para o cérebro para iniciá-la novamente. Mas para fazer isso, o cérebro tem que acordar o corpo de um sono profundo. O sinal enviado geralmente é um ronco alto e/ou suspiro. Essa falha da respiração pode ocorrer até 30 vezes em uma hora durante a noite. E toda vez, a pessoa acorda rapidamente antes de voltar a dormir. Imagine como você se sentiria pela manhã se acordasse 200 vezes ou mais durante a noite. E se isso acontecesse todas as noites? Provavelmente sentiria uma dificuldade até mesmo para executar as tarefas diárias mais simples. As pessoas com apnéia do sono não só lutam constantemente contra a fadiga, mas também correm riscos maiores de acidentes, de pressão alta, de infartos e de outros problemas de saúde.Às vezes, a apnéia pode ser curada com a perda de peso ou melhorada dormindo-se de lado. Outros tratamentos incluem aparelhos dentários, cirurgia e uma máscara especial usada durante a noite para manter as vias aéreas abertas. Se você suspeita que tem apnéia do sono, a primeira coisa a fazer para diagnosticá-la é procurar uma clínica do sono. Se, em vez de acordar brevemente à noite, você pegar no sono por curto tempo durante o dia, você pode ter narcolepsia.

NARCOLEPSIA:
P­essoas com narcolepsia sentem uma necessidade repentina e irresistível de dormir durante o dia. Normalmente, essas sonecas acontecem em qualquer lugar e duram de alguns segundos a 30 minutos, mas não são cochilos programados. São mais apropriadamente chamados de “ataques” de sono que podem ocorrer repetidamente durante o dia, em meio às atividades normais, como conversar, comer e até mesmo dirigir. Em um minuto, a pessoa está acordada e alerta, no seguinte, está dormindo. Você pode achar que essas pessoas estão cochilando incontrolavelmente porque não dormem bem, mas os narcolépticos costumam ter um bom descanso à noite.
Como se esses sintomas não fossem suficientes, um outro sintoma importante que acompanha a narcolepsia é a cataplexia, que é a paralisia súbita, completa ou parcial dos músculos provocada por emoções como alegria, raiva ou euforia. Então, imagine a seguinte situação: você vai a um encontro. Alguém diz alguma coisa engraçada. Você espontaneamente dá gargalhada e, no momento seguinte, está dormindo. Essa situação embaraçosa, com certeza, não é a maneira como você gostaria de terminar o encontro. A cataplexia é provocada por um mecanismo de sono semelhante à paralisia parcial que o cérebro naturalmente provoca para evitar que ajamos nos nossos sonhos à noite. Esse mesmo mecanismo pode provocar outro sintoma de narcolepsia chamado de paralisia do sono, no qual a pessoa está acordada, mas é incapaz de se mover ou falar por alguns momentos.
A paralisia ocorre quando a pessoa está adormecendo ou acordando. Alucinações assustadoras, que são, na verdade, sonhos ou pesadelos, podem ocorrer durante a paralisia do sono. Quando a paralisia do sono e as alucinações ocorrem ao mesmo tempo, pode ser extremamente desesperador.
A narcolepsia normalmente começa no fim da infância ou da adolescência e o sono excessivo é quase sempre o primeiro sintoma. Embora não haja cura para a narcolepsia, é possível diminuir os sintomas tirando pequenos cochilos, quando necessários, durante o dia. Outros tratamentos incluem medicamentos controlados, como antidepressivos e estimulantes. Os estimulantes são usados para combater o forte sono durante o dia e os antidepressivos, para controlar a cataplexia, a paralisia do sono e as alucinações relacionadas ao sono.Sono durante o dia pode também ser sinal de hipersonia.

HIPERSONIA:
A hipersonia é um transtorno do sono que faz a pessoa dormir demais, seja à noite ou durante o dia. Algumas pessoas dormem naturalmente por períodos mais longos e não são consideradas portadoras de um transtorno do sono. Mas outras podem dormir demais com algumas características diferenciadas. Veja a seguir os três tipos de hipersonia.
Hipersonia recorrente - dura algumas semanas e pode aparecer periodicamente. Algumas pessoas exageram na alimentação e sentem uma hipersexualidade com o sono excessivo. Esse tipo é mais comum entre os rapazes adolescentes.

Hipersonia idiopática (que significa “de causa desconhecida”) - é frequentemente confundida com a narcolepsia porque os sintomas são semelhantes. A principal diferença é a ausência de cataplexia, paralisia do sono e alucinações relacionadas ao sono.
Hipersonia pós-traumática - pode ocorrer como resultado de um ferimento na cabeça e, geralmente, apresenta cefaléias e problemas de concentração e memória. Os sintomas geralmente começam imediatamente após o ferimento.
O tratamento para hipersonia pode incluir o uso de um ou mais medicamentos controlados. Como a causa da hipersonia idiopática não é conhecida, o tratamento se limita ao controle dos sintomas. É necessário um diagnóstico preciso antes que se possa começar qualquer tratamento.

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