sexta-feira, 25 de novembro de 2011

(Ma) A Degradação da Raça Humana.

Prof. Chafic Jbeili - www.unicead.com.br

Evidente e notório que a raça humana está em processo contínuo e progressivo de deteriorização, ou pelo menos se encontra prejudicada em seu processo de humanização. O mundo recebe todos os dias dezenas de milhares de pessoas. O planeta cresce em número de gente, mas perde drasticamente em qualidade de seres humanizados.

Com mais pessoas disputando abrigo, água, energia, alimento, vagas em escola, vaga de trabalho, estacionamento, filas em bancos, cônjuges e até o desnecessário que a mídia consumista subliminarmente convence ser imprescindível, tudo isso hiperlata a percepção de ameaça no sujeito e aflora sua agressividade como forma inconsciente de autopreservação.

Toda ameaça real ou imaginária deflagra o espírito de disputa ou de fuga! Sentindo-se intimidada, cada pessoa escolherá entre correr atrás do prejuízo e ganhar de qualquer jeito, ou deixar pra lá e buscar uma forma alternativa de viver em paz e sossego com o próximo. A verdade é que as pessoas estão se degladiando por razões pífias. Perderam, antes de receber, o senso de compartilhamento e ajúdua mútua. Isto tem onerado e sobrecarregado o sistema com perdas expressivas de qualidade de vida para todos.

Há mais pessoas partindo para o tudo ou nada do que aqueles que optam pela paz e pelo amor. Com mais trogloditas disputando territórios, o Estado tenta inadvertida e neuroticamente criar leis para tentar conter os encroados protótipos humanos em seus atos primatas, quando na verdade deveria criar programas de humanização e investir nas instâncias que desempenham esse papel na sociedade, a exemplo da família, da escola e das instituições religiosas, entre outras.

De outra maneira, dificilmente o homem social irá surgir do ser-humano natural. O homem natural é, na visão da medicina, um parasita inato. Sem transformar-se em humano de fato, continuará sendo parasita da sociedade e de seus semelhantes, assim como foi de sua progenitora durante os meses que passou no ventre materno. É uma visão fria tanto quanto real sobre aquela coisa linda que alguns tanto esperam e amam!

Na visão da psicanálise o ser-humano natural é um ser idílico, anti-social, territorialista, lascivo, egoísta, perverso  e agressivo. Sem transformar-se em humano de fato, continuará assim mesmo depois dos oito anos de idade, época em que a fase de transição do ser idílico para o ser superegóico deveria estar bem desenvolvida, mas tem parecido não estar para a maioria da raça humana.

Cordialidade, urbanidade, gentileza, altruísmo e espiritualização, por exemplo, são atributos aprendidos durante o processo de humanização, que deveria começar na primeira infância com a família, ter continuidade com a escola e a Igreja, sendo reforçado pelo Estado, por meio de Leis, programas e ações que reafirmam as autoridades familiares, educacionais, eclesiásticas e estatais, ao invés de invalidá-las, como se tem feito e, por isso, amargado os piores resultados em termos de segurança social e desenvolvimento humano.
Toda e qualquer pessoa desprovida de um ou mais dos atributos citados, certamente denotará falhas graves em seu processo de humanização. Por conseguinte, tendo esse processo prejudicado ou impedido de alguma forma, toda a espécie corre risco, nem tanto pela desigualdade social ou falta de oportunidades como muitos alegam, mas porque a maior oportunidade e o maior direito que se deve garantir a uma pessoa é o de se tornar humana, coisa que o nascimento, por si só não consegue garantir a ninguém.

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