sexta-feira, 27 de abril de 2012

(A) Mas como desenvolver a perspicácia?


A primeira coisa é admitir o problema. Você se encaixou nas situações que eu descrevi
até aqui nos e-mails anteriores? Você achou que eu estava falando de você? Você se
sentiu mal quando eu comecei a usar a palavra "burro" até não poder mais? Se você se
enquadra nessa descrição do desatento, reativo, frustrado e dependente de ajuda
alheia, admita que você não está usando seu potencial e sua inteligência da melhor
forma possível, ou seja, você tem que admitir que é burro! Eu quero que você use
essa palavra porque ela tem impacto. Uma vez que você reconheça que "sofre" de
burrice, você vai querer mudar o mais rapidamente possível. Isso pode não acontecer
se você usar um termo mais politicamente correto, mais brando. Você pode ter o
impulso de continuar se escondendo por trás de suas dificuldades, simplesmente
dizendo "Ah, eu não sou bom nisso mesmo", ou "Eu sempre tive dificuldade em prestar
atenção". Sentir-se mal consigo mesmo é uma das maiores motivações para efetuar
mudanças interiores! Chame-se de burro e você verá que uma motivação fortíssima
começará a brotar de dentro e o impulsionará para frente!

Hábitos

Um dos maiores problemas das pessoas "burras" são seus hábitos displicentes, como
não ler instruções, não observar detalhes e não raciocinar com discernimento e lógica.

Hábitos requerem um exercício constante de força de vontade para serem alterados e
essa mudança não ocorre do dia para a noite.

Esse exercício de força de vontade ajudará muito também na questão da atenção. Se
você é uma pessoa desligada, você se beneficiará desse esforço de atenção contínuo.

Essa é uma tarefa difícil para pessoas que sofrem desse problema, pois a preguiça
mental vem à tona toda vez que a pessoa se força a fazer algo de forma disciplinada,
mesmo que seja simplesmente prestar atenção no aqui e agora de forma constante.

Ler instruções e prestar atenção em detalhes é um hábito. Habitue-se a ler os manuais
de instruções de objetos e eletrônicos de seu uso frequente. Ao fazer algo que requer
um procedimento específico, leia com atenção e certifique-se de que você entendeu
tudo antes de prosseguir. Habitue-se a ler sempre as instruções de tudo o que usar,
tudo o que comprar ou o que quer que seja que envolva regras e procedimentos. Não
assuma nada como verdade antes de obter uma comprovação do fato! Não "ache" que
as coisas funcionam de uma determinada forma sem provas!


Proatividade

Uma das principais atitudes que um reativo deve tomar para se tornar proativo é
baixar a cabeça e assumir que a maior parte das coisas que dão errado em sua vida é
culpa sua mesmo. O reativo é aquele que compra um produto, comete erros idiotas e
estúpidos e daí entra em contato com a empresa dizendo que vai processá-la. Pessoas
reativas geralmente são muito arrogantes, pois como elas não percebem seus próprios
erros, elas automaticamente acham que seus problemas foram causados pelos outros
e se acham no direito de botar a boca no trombone e reclamar até não poder mais.

Acostume-se, então, a sempre se questionar quando se deparar com um problema: "O
que foi que eu deixei passar? O que eu não percebi? O que eu não notei? O que eu fiz
de errado?".

Faça isso evitando ao máximo uma postura de vitimização e frustração, não se deixe
alterar emocionalmente ao tentar solucionar problemas. Esse turbilhão de emoções só
atrapalha e ofusca o raciocínio.

Procure manter a frieza e adote a postura de tentar soluções, uma a uma, até você
encontrar a certa. Evite o impulso de pedir ajuda. Não há nada de errado em pedir
ajuda, mas na fase de "recuperação" de um reativo - quando você está tentando
aprender a ser proativo -, evite lançar mão de facilidades que tiram sua
responsabilidade de cena e tornam as coisas mais fáceis para você. Uma dessas
facilidades é obter ajuda alheia. Tente resolver tudo sozinho e só peça ajuda quando
realmente for coerente e a solução estiver fora do seu alcance. Se o pedido de ajuda
estiver vindo de uma condição emocional de frustração e desespero, pare! Controle-se
primeiro e tente resolver o problema sozinho.

Procure compreender situações e problemas de uma forma profunda. Pessoas pouco
perspicazes têm a tendência a ver o mundo de forma muito superficial, elas não
conseguem enxergar nada com profundidade. O que isso significa? Ver as coisas de
forma superficial é, por exemplo, assumir uma verdade qualquer e, sem pensar muito,
achar que é assim e pronto. A preguiça mental não deixa a pessoa raciocinar. Essa
pessoa tem dificuldade de argumentar ideias, por exemplo. Ela não consegue explicar
com lógica e clareza por que ela pensa do jeito que pensa, ela só diz que é assim e
pronto. É por que é! Porque foi assim que ela aprendeu, porque "não sei quem" disse,
porque está escrito na Bíblia, porque sempre foi assim, enfim, a pessoa é incapaz de
elaborar argumentos complexos, ela se apega a ideias já formadas pelos outros e as
usa como se fossem dela.

Se você se pegar fazendo isso, comece o caminho inverso. Por que eu penso assim?
De onde eu tirei essa ideia? Se sua resposta for muito simplista, do tipo "Porque eu
sempre fiz assim", ou "Porque fulano disse", ou "Porque está na Bíblia", comece a
raciocinar em cima dessa ideia de forma mais lógica, comece a olhá-la com mais
clareza. Se você não conseguir, busque mais dados e informações que embasem ou
refutem a ideia que você tem sobre o assunto. Se você não consegue elaborar um
argumento forte e convincente, você está sendo superficial, você está se apegando a
uma ideia pronta por conveniência, insegurança ou simples robotização (todo mundo
pensa assim, todo mundo faz assim, meus pais me ensinaram assim, etc.)

O hábito de raciocinar com lógica e clareza ajuda, e muito, na solução rápida de
problemas e na manutenção de um estado emocional frio e inabalável que substitui a
frustração e a ansiedade e evita o estresse gerado pelo amontoado de problemas sem
solução do dia a dia.

Evite a dispersão

Um dos piores hábitos das pessoas desatentas é a dispersividade. A pessoa está
fazendo uma coisa agora. Dali a pouco, outra coisa chama a atenção dela e ela para o
que está fazendo. Pouco depois, é outra, e outra, e mais outra, e a pessoa passa o
dia inteiro assim, saltitando, geralmente na frente do computador, fazendo de tudo,
mas fazendo nada especificamente. O tempo passa e a pessoa não produziu nada de
concreto, produtividade zero. Não fez o que deveria fazer, mas fez um monte de
coisas inúteis, não relacionadas entre si. Lá se foi um tempo precioso que jamais
voltará! No final das contas, a pessoa nem sequer lembra onde foi parar seu tempo,
ela fez tantas coisas insignificantes que não consegue se lembrar de tudo o que fez,
só lembra que o dia passou e ela nem viu.

Nem sempre as atividades são insignificantes, mas por serem feitas de forma
desordenada, não sistematizada, há uma perda enorme de produtividade. O ideal é
criar sistemas, rotinas e procedimentos. Isso também ajuda a evitar erros por falta de
atenção e displicência, pois você se habitua a seguir seus sistemas predefinidos,
fazendo as coisas mais organizadamente.

Com uma personalidade perspicaz, os caminhos se abrem consideravelmente para que
uma vida de sucessos seja construída. No próximo e-mail, começaremos a conversar
sobre o desenvolvimento de um comportamento que preza a excelência pessoal e é a
semente de uma vida produtiva e bem sucedida.


Fran Christy - Excellence Studio Brasil
http://www.excellencestudio.com.br

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